segunda-feira, 31 de agosto de 2009

É tudo que eu não quero

Um sentimento estranho tem tomado conta de mim nos ultimos meses movido pela estranha percepção de alteraçoes nas relações de meu convívio.
Neste ano, muitas de minhas amigas casaram ou estão casando. Outras engravidaram, posso dizer que a maioria decidiu engravidar este ano.
Esses acontecimentos mudam a vida de qualquer pessoa.
É estranho porque minha filha não é mais criança. Já passei por isto.
E acabo de me recuperar do final de um relacionamento que foi praticamente um casamento.
Andei uns dias me sentindo um tanto fracassada na medida em que comparava minha vida sentimental com as de minhas amigas e conhecidas. Afinal, estar solteira nos ultimos meses tem sido mais do que uma opção diante de várias decepções e de já ter acreditado muito no amor.
Continuo acreditando. Mas ainda não encontrei um fórmula para que as coisas, pelo menos no sentido sentimental funcionem.
A cada dia que passa, a cada preparativo do casamento da minha irmã, a cada queixa de amigas casadas, o que eu quero é distância dos modelos de relacionamento que eu vejo. Um quer que a mulher emagreça, outro quer que ela alise os cabelos, outro trabalha demais e não tem tempo para a respectiva, ela não pode ir ao cinema com as amigas, uma vida totalmente do lar, cuidado com as despesas.
Dedicação total, 24 horas por dia.
Claro que observo momentos felizes também.
Mas, hoje menos carente, mais segura do que quero, eu posso dizer. EU NÃO QUERO isto pra minha vida.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Linda

Fiquei me achando a maior ranzinza com o último post, e mesmo que ninguém leia me preocupo, porque em geral sou uma pessoa encantada com a vida, com os desafios que ela proporciona, e mesmo nos momentos de difíceis batalhas uma confiança pacífica toma conta de mim.
Confiança que vem do Alto, de Deus mesmo, de se sentir acolhida e protegida por Ele.
E agora tu veja, sentei aqui para escrever sobre sexo, porque na última roda de chimarrão na praça, meus amigos comentaram "a Fernanda escreve muito bem, mas ela só escreve de sexo".Risos.
Devem estar se referindo aos textos antigos, mas aí resolvi que ia postar sobre isto, sexo, porque escrevo com imensa liberdade e prazer sobre o tema e acabei nestas pequenas linhas.
Quero dizer que desejo paz aos corações, confiança, serenidade,coragem, liberdade de ser, agir, pensar....Um beijo

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A crise nos salvará

“Para se fazer um bom café, é preciso estressar a planta, ela precisa viver uma crise que a faça acreditar que vá morrer e assim gerar boas sementes”. A natureza usa a crise como elemento transformador de qualidade. Os frutos saem melhores o quão mais forte for a percepção da crise.Isso nos exercita, nos dá musculatura para encarar melhor os desafios e talvez ser mais criativos, mais eficientes, mais ousados.
A origem mais profunda dessa crise é remota e se baseia em um processo de aceleração de consumo que o mundo passou a viver em algum momento dos anos 70. Passamos a consumir como sociedade em uma velocidade que não mais se apresentou como sustentável. Essa aceleração tem um poder entorpecente, pois cria um estado de ansiedade que não permite que nada se defina como detalhe, pois o movimento estabelece um ritmo que ofusca a percepção e torna a razão secundária. Nos últimos anos o que mais se falou sobre como o tempo passava rápido, mas o que essa afirmação traduzia era que vivíamos um processo de aceleração onde não mais conseguíamos entender o estado de nossa inércia.
O problema é que o futuro chegou e descobrimos que ele não estava mais lá, já o havíamos comido no passado. Aí vem a desaceleração, a perda da velocidade da velocidade. Desaceleração não é uma coisa essencialmente ruim. Em muitos aspectos ela nos dá a oportunidade de rever valores, refletir sobre os rumos e redirecionar destinos. As crises podem ser decantadoras, elas nos fazem agir e não mais procrastinar. Ela torna a mudança um imperativo, ela desconforta as pessoas e permite que a incerteza seja enfrentada com coragem.
O consumo desenfreado de recursos naturais abriu um precedente de descompasso entre homem e meio ambiente; a crise é uma impressionante oportunidade de consenso nesse campo. Ficou claro para todos que não existe solução isolada para nenhum país ou sociedade; o precedente de uma busca de solução coletiva para a crise é base que precisávamos para buscar pactos para os problemas que temos criado. O mundo precisa abandonar a mentalidade de clube pensar como comunidade. A crise incita a isso.
A crise abre uma oportunidade de pacificar, de esticar a mão e estabelecer pontes de compreensão e entendimento onde antes não ousaríamos adentrar. A crise tem o poder de fertilizar as sombras da sociedade ao deixar expor suas vulnerabilidades. Crise é transformação.

*este texto ciculará no Caderno ZH, 26 de junho, num especial que fiz sobre "empreendedorismo", peguei um gancho no Especial que a Revista Trip fez mes passado sobre a crise. O Título original é A crise poderá nos salvar. Mas ai já obtive resposta